domingo, 19 de dezembro de 2010

Cultura Surda

Os surdos, além de serem indivíduos que possuem surdez, por norma são utilizadores de uma comunicação espaço-visual, como principal meio de conhecer o mundo em substituição à audição e à fala, tendo ainda uma cultura característica.
No Brasil eles desenvolveram a LIBRAS, e em Portugal, a LGP. Já outros, por viverem isolados ou em locais onde não exista uma comunidade surda, apenas se comunicam por gestos. Existem surdos que por imposição familiar ou opção pessoal preferem utilizar a língua falada


Progresso na cultura surda

Ao longo dos anos, as pesquisas interdisciplinares sobre surdez e sobre as línguas de sinais, realizadas no Brasil e em outros países, tem contribuído para a modificação gradual da visão dos surdos, compartilhada pela sociedade ouvinte em geral.
Esses estudos têm classificado os surdos em duas categorias:
Os portadores de surdez patológica, normalmente adquirida em idade adulta;
E aqueles cuja surdez é um traço fisiológico distintivo é totalmente ruim, a pessoa é inferior as pessoas normais, sendo assim, uma pessoa ninguém, não implicando, necessariamente, em deficiência neurológica ou mental; antes, caracterizando-os como integrantes de minorias lingüístico - culturais; este é o caso da maioria dos surdos congênitos.
O fato de integrarem um grupo lingüístico-cultural distinto da maioria lingüística do seu país de origem, equipara-os a imigrantes estrangeiros. Porém, o fato de não disporem do meio de recepção da língua oral, pela audição, coloca-os em desvantagem em relação aos imigrantes, com respeito ao aprendizado e desenvolvimento da fluência nessa língua. Essa situação justifica a necessidade da mediação dos intérpretes em um número infinito de contextos e situações do quotidiano dessas pessoas.
Devido ao bloqueio auditivo, seu domínio da língua oral nunca poderá se equiparar ao domínio da sua língua materna de sinais, ainda que faça uso da leitura labial, visto que, essa técnica o habilita, quando muito, a perceber apenas os aspectos articulatórios da fonologia da língua. Daí sua enorme necessidade da mediação do intérprete de língua de sinais.
No caso específico dos surdos brasileiros, cuja língua materna de sinais é a LIBRAS, os intérpretes que os assistem são chamados de “Intérpretes de LIBRAS”.
No Brasil, existem pelo menos duas situações em que a lei confere ao surdo o direito a intérprete de LIBRAS:
nos depoimentos e julgamentos de surdos (área penal);
e no processo de inclusão de educando os surdos nas classes de ensino regular (área educacional).
Devido as constantes modificações e progresso neste campo, nas concepções de ensino de língua de sinais, atualmente, tem-se dado ênfase ao mecanismo de aprendizado visual do surdo e a sua condição bilíngüe-bicultural. Contudo, o surdo é bilíngüe-bicultural no sentido de que convive diariamente com duas línguas e culturas: sua língua materna de sinais(cultura surda) e língua oral( cultura ouvinte), ou de LIBRAS, em se tratando dos surdos brasileiros.



Deficiência auditiva

O termo deficiente auditivo tem sido largamente utilizado por profissionais ligados à educação dos surdos. O uso da expressão deficiente auditivo, já foi muito criticado refletindo uma visão médico-organicista. Nela, o surdo é visto como portador de uma patologia localizada, uma deficiência que precisa ser tratada, para que seus efeitos sejam debelados.
Alguns fatores podem afetar o processo de aprendizagem de pessoas surdas, como por exemplo: o período em que os pais reconhecem a perda auditiva, o envolvimento dos pais na educação das crianças, os problemas físicos associados, os encaminhamentos feitos, o tipo de atendimento realizado, entre outros.
Embora os aspectos médico, individual e familiar ampliem o universo de análise sobre o fenômeno, nos chama a atenção para a necessidade de vê-los sob uma perspectiva sócio - cultural.
Todas as investigações atuais têm chamado a atenção para a multi-determinação da surdez e para a adequação do emprego do termo surdo, uma vez que é esta a expressão utilizada pelo surdo, para se referir a si mesmo e aos seus iguais. É muito importante considerar que o surdo difere do ouvinte, não apenas porque não ouve, mas porque desenvolve potencialidades psico - culturais próprias. Somos todos pessoas diferentes.



Surdo-mudo

Provavelmente a mais antiga e incorreta denominação atribuída ao surdo. O fato de uma pessoa ser surda não significa que ela seja muda. A mudez é uma outra deficiência.







Compreendendo o mundo surdo

Muitas crianças surdas que se tornam adultos surdos dizem que o que mais desejavam era poder comunicar-se com os pais.
Por anos, muitos têm avaliado mal o conhecimento pessoal dos surdos. Alguns acham que os surdos não sabem praticamente nada, porque não ouvem nada. Há pais que super protegem seus filhos surdos ou temem integrá-los no mundo dos ouvintes. Outros encaram a língua de sinais como primitiva, ou inferior, à língua falada. Não é de admirar que, com tal ignorância, alguns surdos se sintam oprimidos e incompreendidos.
Todos sentem a necessidade de ser entendidos. Aparentes inabilidades podem empanar as verdadeiras habilidades e criatividades do surdo. Em contraste, muitos surdos consideram-se “capacitados”. Comunicam-se fluentemente entre si, desenvolvem auto-estima e têm bom desempenho acadêmico, social e espiritual. Infelizmente, os maus-tratos que muitos surdos sofrem levam alguns deles a suspeitar dos ouvintes. Contudo, quando os ouvintes interessam-se sinceramente em entender a cultura surda e a língua de sinais natural, e encaram os surdos como pessoas “capacitadas”, todos se beneficiam.




Escutar Com Os Olhos

a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://1.bp.blogspot.com/_GDcJtjZTtCo/TQ57rL2oUKI/AAAAAAAAAF4/EfAScUii4sY/s1600/art002.jpg">


A chave para uma boa comunicação com uma pessoa surda é o claro e apropriado contato visual. É uma necessidade, quando os surdos se comunicam. De fato, quando duas pessoas conversam em língua de sinais é considerado rude desviar o olhar e interromper o contato visual. E como captar a atenção de um surdo? Em vez de usar o nome da pessoa é melhor dar um leve toque no ombro ou no braço dela, acenar se a pessoa estiver perto, ou se estiver distante, fazer um sinal com a mão para outra pessoa chamar a atenção dela. Dependendo da situação, pode-se dar umas batidinhas no chão ou fazer piscar a luz. Esses e outros métodos apropriados de captar a atenção dão reconhecimento à experiência dos Surdos e fazem parte da cultura surda. Para aprender bem uma língua de sinais, precisa-se pensar nessa língua. É por isso que simplesmente aprender sinais de um dicionário de língua de sinais não seria útil em ser realmente eficiente nessa língua. Muitos aprendem diretamente com os que usam a língua de sinais no seu dia-a-dia — os surdos. Em todo o mundo, os surdos expandem seus horizontes usando uma rica língua de sinais.
Língua: Conjunto do vocabulário de um idioma, e de suas regras gramaticais; idioma. Por exemplo: inglês, português, LIBRAS.
Linguagem: Capacidade que o homem e alguns animais possuem para se comunicar, expressar seus pensamentos.
Língua de Sinais: É a língua dos surdos e que possui a sua própria estrutura e gramática através do canal comunicação visual, a língua de sinais dos surdos urbanos brasileiros é a LIBRAS, em Portugal é a LGP.
Cultura Surda: Ao longo dos séculos os surdos foram formando uma cultura própria centrada principalmente em sua forma de comunicação. Em quase todas as cidades do mundo vamos encontrar associações de surdos onde eles se reúnem e convivem socialmente.
Intérprete de Língua de Sinais: Pessoa ouvinte que interpreta para os surdos uma comunicação falada usando a língua de sinais e vice-versa.



Bebês de pais surdos




“Assim como os bebês de pais ouvintes começam a balbuciar com cerca de sete meses ... , os bebês de pais surdos começam a ‘balbuciar’ com as mãos imitando a língua de sinais dos pais”, mesmo sendo ouvintes.- Jornal londrino The Times.
A professora Laura Petitto, da Universidade McGill, em Montreal, Canadá, é da opinião de que os bebês nascem com sensibilidade a ritmos e padrões característicos a todos os idiomas, incluindo a língua de sinais. Ela disse que os bebês ouvintes que têm “pais surdos que sabem sinalizar, gesticulam de maneira diferente, seguindo um padrão rítmico específico, distinto de outros movimentos com as mãos. . . . É um balbucio, mas com as mãos”. Os bebês expostos à língua de sinais produziram dois tipos de movimento com as mãos, ao passo que os que conviviam com pais ouvintes produziram apenas um tipo. Os pesquisadores usaram um sistema de rastreamento de posição para registrar os movimentos das mãos dos bebês na idade de 6, 10 e 12 meses.


Como agir diante de um surdo



Muitas pessoas não deficientes ficam confusas quando encontram uma pessoa com deficiência. Isso é natural. Todos podem se sentir desconfortáveis diante do "diferente". Mas esse desconforto diminui e pode até mesmo desaparecer quando existem muitas oportunidades de convivência entre pessoas deficientes e não-deficientes.
Ao tratar uma pessoa deficiente como se ela não tivesse uma deficiência, estaríamos ignorando uma característica muito importante dela. Dessa forma, não estaríamos nos relacionando com ela, mas com outra pessoa, que não é real.
A deficiência existe e é preciso levá-la na sua devida consideração. Neste sentido torna-se de grande importância não subestimar as possibilidades, nem as dificuldades e vice-versa. As pessoas com deficiência têm o direito, podem e querem tomar suas próprias decisões e assumir a responsabilidade por suas escolhas.
Ter uma deficiência não faz com que uma pessoa seja melhor ou pior do que uma pessoa não deficiente, ou que esta não possa ser eficiente. Provavelmente, por causa da deficiência, essa pessoa pode ter dificuldade para realizar algumas atividades, mas por outro lado, poderá ter extrema habilidade para fazer outras coisas. Exatamente como todos.
A maioria das pessoas com deficiência não se importa de responder perguntas a respeito da sua deficiência ou sobre como ela realiza algumas tarefas. Quando alguém deseja alguma informação de uma pessoa deficiente, o correto seria dirigir-se diretamente a ela, e não a seus acompanhantes ou intérpretes. Segundo professores, intérpretes e os próprios surdos, ao se tomar alguns cuidados na comunicação com o surdo, confere-lhe o respeito ao qual ele tem direito.



Algumas dicas importantes

Não é correto dizer que alguém é surdo-mudo. Muitas pessoas surdas não falam porque não aprenderam a falar. Muitas fazem a leitura labial, e podem fazer muitos sons com a garganta, ao rir, e mesmo ao gestualizar. Além disso, sua comunicação envolve todo o seu espaço, através da expressão facial-corporal, ou seja o uso da face, mãos, e braços, visto que, a forma de expressão visual-espacial é sobretudo importante em sua língua natural.
Falar de maneira clara, pronunciando bem as palavras, sem exageros, usando a velocidade normal, a não ser que ela peça para falar mais devagar.
Usar um tom normal de voz, a não ser que peçam para falar mais alto. Gritar nunca adianta.
Falar diretamente com a pessoa, não de lado ou atrás dela.
Fazer com que a boca esteja bem visível. Gesticular ou segurar algo em frente à boca torna impossível a leitura labial. Usar bigode também atrapalha.
Quando falar com uma pessoa surda, tentar ficar num lugar iluminado. Evitar ficar contra a luz (de uma janela, por exemplo), pois isso dificulta a visão do rosto.
Se souber alguma língua de sinais, tentar usá-la. Se a pessoa surda tiver dificuldade em entender, avisará. De modo geral, as tentativas são apreciadas e estimuladas.
Ser expressivo ao falar. Como as pessoas surdas não podem ouvir mudanças sutis de tom de voz, que indicam sentimentos de alegria, tristeza, sarcasmo ou seriedade, as expressões faciais, os gestos ou sinais e o movimento do corpo são excelentes indicações do que se quer dizer.
A conversar, manter sempre contato visual, se desviar o olhar, a pessoa surda pode achar que a conversa terminou.
Nem sempre a pessoa surda tem uma boa dicção. Se houver dificuldade em compreender o que ela diz, pedir para que repita. Geralmente, os surdos não se incomodam de repetir quantas vezes for preciso para que sejam entendidas.
Se for necessário, comunicar-se através de bilhetes. O importante é se comunicar. O método não é tão importante.
Quando o surdo estiver acompanhado de um intérprete, dirigir-se a ele, não ao intérprete.
Alguns preferem a comunicação escrita, alguns usam linguagem em código e outros preferem códigos próprios. Estes métodos podem ser lentos, requerem paciência e concentração.
Enfim, os surdos são pessoas que têm os mesmos direitos, os mesmos sentimentos, os mesmos receios, os mesmos sonhos, assim como todos. Se ocorrer alguma situação embaraçosa, uma boa dose de delicadeza, sinceridade e bom humor nunca falham.

Libras Fundamental




Um lindo livro, revisado e com vocabulário em LIBRAS, incluindo uma seção de verbos utilíssima para que o aprendiz entenda as diferenças entre os verbos em LIBRAS, dependendo do sujeito da frase.

O livro traz vocabulários básicos em língua de sinais brasileira (LIBRAS), língua portuguesa e em datilologia (recurso lingüístico).

São 166 páginas em papel couchet, ricamente ilustradas, com desenhos para colorir e recortar.

Este livro pode ser adquirido diretamente no site da LSB Vídeo (lsbvideo.com.br).

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Legislação de Libras



LEI Nº 10.436, DE 24 DE ABRIL DE 2002.


Dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais - Libras e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1o É reconhecida como meio legal de comunicação e expressão a Língua Brasileira de Sinais - Libras e outros recursos de expressão a ela associados.

Parágrafo único. Entende-se como Língua Brasileira de Sinais - Libras a forma de comunicação e expressão, em que o sistema lingüístico de natureza visual-motora, com estrutura gramatical própria, constituem um sistema lingüístico de transmissão de idéias e fatos, oriundos de comunidades de pessoas surdas do Brasil.

Art. 2o Deve ser garantido, por parte do poder público em geral e empresas concessionárias de serviços públicos, formas institucionalizadas de apoiar o uso e difusão da Língua Brasileira de Sinais - Libras como meio de comunicação objetiva e de utilização corrente das comunidades surdas do Brasil.

Art. 3o As instituições públicas e empresas concessionárias de serviços públicos de assistência à saúde devem garantir atendimento e tratamento adequado aos portadores de deficiência auditiva, de acordo com as normas legais em vigor.

Art. 4o O sistema educacional federal e os sistemas educacionais estaduais, municipais e do Distrito Federal devem garantir a inclusão nos cursos de formação de Educação Especial, de Fonoaudiologia e de Magistério, em seus níveis médio e superior, do ensino da Língua Brasileira de Sinais - Libras, como parte integrante dos Parâmetros Curriculares Nacionais - PCNs, conforme legislação vigente.

Parágrafo único. A Língua Brasileira de Sinais - Libras não poderá substituir a modalidade escrita da língua portuguesa.

Art. 5o Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 24 de abril de 2002; 181o da Independência e 114o da República.

FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
Paulo Renato Souza



Texto publicado no D.O.U. de 25.4.2002


--------------------------------------------------------------------------------

DECRETO Nº 5.626, DE 22 DE DEZEMBRO DE 2005.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das atribuições que lhe confere o art. 84, inciso IV, da Constituição, e tendo em vista o disposto na Lei no 10.436, de 24 de abril de 2002, e no art. 18 da Lei no 10.098, de 19 de dezembro de 2000,

DECRETA:

CAPÍTULO I

DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1o Este Decreto regulamenta a Lei no 10.436, de 24 de abril de 2002, e o art. 18 da Lei no 10.098, de 19 de dezembro de 2000.

Art. 2o Para os fins deste Decreto, considera-se pessoa surda aquela que, por ter perda auditiva, compreende e interage com o mundo por meio de experiências visuais, manifestando sua cultura principalmente pelo uso da Língua Brasileira de Sinais - Libras.

Parágrafo único. Considera-se deficiência auditiva a perda bilateral, parcial ou total, de quarenta e um decibéis (dB) ou mais, aferida por audiograma nas freqüências de 500Hz, 1.000Hz, 2.000Hz e 3.000Hz.

CAPÍTULO II

DA INCLUSÃO DA LIBRAS COMO DISCIPLINA CURRICULAR

Art. 3o A Libras deve ser inserida como disciplina curricular obrigatória nos cursos de formação de professores para o exercício do magistério, em nível médio e superior, e nos cursos de Fonoaudiologia, de instituições de ensino, públicas e privadas, do sistema federal de ensino e dos sistemas de ensino dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.

§ 1o Todos os cursos de licenciatura, nas diferentes áreas do conhecimento, o curso normal de nível médio, o curso normal superior, o curso de Pedagogia e o curso de Educação Especial são considerados cursos de formação de professores e profissionais da educação para o exercício do magistério.

§ 2o A Libras constituir-se-á em disciplina curricular optativa nos demais cursos de educação superior e na educação profissional, a partir de um ano da publicação deste Decreto.

CAPÍTULO III

DA FORMAÇÃO DO PROFESSOR DE LIBRAS E DO INSTRUTOR DE LIBRAS

Art. 4o A formação de docentes para o ensino de Libras nas séries finais do ensino fundamental, no ensino médio e na educação superior deve ser realizada em nível superior, em curso de graduação de licenciatura plena em Letras: Libras ou em Letras: Libras/Língua Portuguesa como segunda língua.

Parágrafo único. As pessoas surdas terão prioridade nos cursos de formação previstos no caput.

Art. 5o A formação de docentes para o ensino de Libras na educação infantil e nos anos iniciais do ensino fundamental deve ser realizada em curso de Pedagogia ou curso normal superior, em que Libras e Língua Portuguesa escrita tenham constituído línguas de instrução, viabilizando a formação bilíngüe.

§ 1o Admite-se como formação mínima de docentes para o ensino de Libras na educação infantil e nos anos iniciais do ensino fundamental, a formação ofertada em nível médio na modalidade normal, que viabilizar a formação bilíngüe, referida no caput.

§ 2o As pessoas surdas terão prioridade nos cursos de formação previstos no caput.

Art. 6o A formação de instrutor de Libras, em nível médio, deve ser realizada por meio de:

I - cursos de educação profissional;

II - cursos de formação continuada promovidos por instituições de ensino superior; e

III - cursos de formação continuada promovidos por instituições credenciadas por secretarias de educação.

§ 1o A formação do instrutor de Libras pode ser realizada também por organizações da sociedade civil representativa da comunidade surda, desde que o certificado seja convalidado por pelo menos uma das instituições referidas nos incisos II e III.

§ 2o As pessoas surdas terão prioridade nos cursos de formação previstos no caput.

Art. 7o Nos próximos dez anos, a partir da publicação deste Decreto, caso não haja docente com título de pós-graduação ou de graduação em Libras para o ensino dessa disciplina em cursos de educação superior, ela poderá ser ministrada por profissionais que apresentem pelo menos um dos seguintes perfis:

I - professor de Libras, usuário dessa língua com curso de pós-graduação ou com formação superior e certificado de proficiência em Libras, obtido por meio de exame promovido pelo Ministério da Educação;

II - instrutor de Libras, usuário dessa língua com formação de nível médio e com certificado obtido por meio de exame de proficiência em Libras, promovido pelo Ministério da Educação;

III - professor ouvinte bilíngüe: Libras - Língua Portuguesa, com pós-graduação ou formação superior e com certificado obtido por meio de exame de proficiência em Libras, promovido pelo Ministério da Educação.

§ 1o Nos casos previstos nos incisos I e II, as pessoas surdas terão prioridade para ministrar a disciplina de Libras.

§ 2o A partir de um ano da publicação deste Decreto, os sistemas e as instituições de ensino da educação básica e as de educação superior devem incluir o professor de Libras em seu quadro do magistério.

Art. 8o O exame de proficiência em Libras, referido no art. 7o, deve avaliar a fluência no uso, o conhecimento e a competência para o ensino dessa língua.

§ 1o O exame de proficiência em Libras deve ser promovido, anualmente, pelo Ministério da Educação e instituições de educação superior por ele credenciadas para essa finalidade.

§ 2o A certificação de proficiência em Libras habilitará o instrutor ou o professor para a função docente.

§ 3o O exame de proficiência em Libras deve ser realizado por banca examinadora de amplo conhecimento em Libras, constituída por docentes surdos e lingüistas de instituições de educação superior.

Art. 9o A partir da publicação deste Decreto, as instituições de ensino médio que oferecem cursos de formação para o magistério na modalidade normal e as instituições de educação superior que oferecem cursos de Fonoaudiologia ou de formação de professores devem incluir Libras como disciplina curricular, nos seguintes prazos e percentuais mínimos:

I - até três anos, em vinte por cento dos cursos da instituição;

II - até cinco anos, em sessenta por cento dos cursos da instituição;

III - até sete anos, em oitenta por cento dos cursos da instituição; e

IV - dez anos, em cem por cento dos cursos da instituição.

Parágrafo único. O processo de inclusão da Libras como disciplina curricular deve iniciar-se nos cursos de Educação Especial, Fonoaudiologia, Pedagogia e Letras, ampliando-se progressivamente para as demais licenciaturas.

Art. 10. As instituições de educação superior devem incluir a Libras como objeto de ensino, pesquisa e extensão nos cursos de formação de professores para a educação básica, nos cursos de Fonoaudiologia e nos cursos de Tradução e Interpretação de Libras - Língua Portuguesa.

Art. 11. O Ministério da Educação promoverá, a partir da publicação deste Decreto, programas específicos para a criação de cursos de graduação:

I - para formação de professores surdos e ouvintes, para a educação infantil e anos iniciais do ensino fundamental, que viabilize a educação bilíngüe: Libras - Língua Portuguesa como segunda língua;

II - de licenciatura em Letras: Libras ou em Letras: Libras/Língua Portuguesa, como segunda língua para surdos;

III - de formação em Tradução e Interpretação de Libras - Língua Portuguesa.

Art. 12. As instituições de educação superior, principalmente as que ofertam cursos de Educação Especial, Pedagogia e Letras, devem viabilizar cursos de pós-graduação para a formação de professores para o ensino de Libras e sua interpretação, a partir de um ano da publicação deste Decreto.

Art. 13. O ensino da modalidade escrita da Língua Portuguesa, como segunda língua para pessoas surdas, deve ser incluído como disciplina curricular nos cursos de formação de professores para a educação infantil e para os anos iniciais do ensino fundamental, de nível médio e superior, bem como nos cursos de licenciatura em Letras com habilitação em Língua Portuguesa.

Parágrafo único. O tema sobre a modalidade escrita da língua portuguesa para surdos deve ser incluído como conteúdo nos cursos de Fonoaudiologia.

CAPÍTULO IV

DO USO E DA DIFUSÃO DA LIBRAS E DA LÍNGUA PORTUGUESA PARA O

ACESSO DAS PESSOAS SURDAS À EDUCAÇÃO

Art. 14. As instituições federais de ensino devem garantir, obrigatoriamente, às pessoas surdas acesso à comunicação, à informação e à educação nos processos seletivos, nas atividades e nos conteúdos curriculares desenvolvidos em todos os níveis, etapas e modalidades de educação, desde a educação infantil até à superior.

§ 1o Para garantir o atendimento educacional especializado e o acesso previsto no caput, as instituições federais de ensino devem:

I - promover cursos de formação de professores para:

a) o ensino e uso da Libras;

b) a tradução e interpretação de Libras - Língua Portuguesa; e

c) o ensino da Língua Portuguesa, como segunda língua para pessoas surdas;

II - ofertar, obrigatoriamente, desde a educação infantil, o ensino da Libras e também da Língua Portuguesa, como segunda língua para alunos surdos;

III - prover as escolas com:

a) professor de Libras ou instrutor de Libras;

b) tradutor e intérprete de Libras - Língua Portuguesa;

c) professor para o ensino de Língua Portuguesa como segunda língua para pessoas surdas; e

d) professor regente de classe com conhecimento acerca da singularidade lingüística manifestada pelos alunos surdos;

IV - garantir o atendimento às necessidades educacionais especiais de alunos surdos, desde a educação infantil, nas salas de aula e, também, em salas de recursos, em turno contrário ao da escolarização;

V - apoiar, na comunidade escolar, o uso e a difusão de Libras entre professores, alunos, funcionários, direção da escola e familiares, inclusive por meio da oferta de cursos;

VI - adotar mecanismos de avaliação coerentes com aprendizado de segunda língua, na correção das provas escritas, valorizando o aspecto semântico e reconhecendo a singularidade lingüística manifestada no aspecto formal da Língua Portuguesa;

VII - desenvolver e adotar mecanismos alternativos para a avaliação de conhecimentos expressos em Libras, desde que devidamente registrados em vídeo ou em outros meios eletrônicos e tecnológicos;

VIII - disponibilizar equipamentos, acesso às novas tecnologias de informação e comunicação, bem como recursos didáticos para apoiar a educação de alunos surdos ou com deficiência auditiva.

§ 2o O professor da educação básica, bilíngüe, aprovado em exame de proficiência em tradução e interpretação de Libras - Língua Portuguesa, pode exercer a função de tradutor e intérprete de Libras - Língua Portuguesa, cuja função é distinta da função de professor docente.

§ 3o As instituições privadas e as públicas dos sistemas de ensino federal, estadual, municipal e do Distrito Federal buscarão implementar as medidas referidas neste artigo como meio de assegurar atendimento educacional especializado aos alunos surdos ou com deficiência auditiva.

Art. 15. Para complementar o currículo da base nacional comum, o ensino de Libras e o ensino da modalidade escrita da Língua Portuguesa, como segunda língua para alunos surdos, devem ser ministrados em uma perspectiva dialógica, funcional e instrumental, como:

I - atividades ou complementação curricular específica na educação infantil e anos iniciais do ensino fundamental; e

II - áreas de conhecimento, como disciplinas curriculares, nos anos finais do ensino fundamental, no ensino médio e na educação superior.

Art. 16. A modalidade oral da Língua Portuguesa, na educação básica, deve ser ofertada aos alunos surdos ou com deficiência auditiva, preferencialmente em turno distinto ao da escolarização, por meio de ações integradas entre as áreas da saúde e da educação, resguardado o direito de opção da família ou do próprio aluno por essa modalidade.

Parágrafo único. A definição de espaço para o desenvolvimento da modalidade oral da Língua Portuguesa e a definição dos profissionais de Fonoaudiologia para atuação com alunos da educação básica são de competência dos órgãos que possuam estas atribuições nas unidades federadas.

CAPÍTULO V

DA FORMAÇÃO DO TRADUTOR E INTÉRPRETE DE LIBRAS - LÍNGUA PORTUGUESA

Art. 17. A formação do tradutor e intérprete de Libras - Língua Portuguesa deve efetivar-se por meio de curso superior de Tradução e Interpretação, com habilitação em Libras - Língua Portuguesa.

Art. 18. Nos próximos dez anos, a partir da publicação deste Decreto, a formação de tradutor e intérprete de Libras - Língua Portuguesa, em nível médio, deve ser realizada por meio de:

I - cursos de educação profissional;

II - cursos de extensão universitária; e

III - cursos de formação continuada promovidos por instituições de ensino superior e instituições credenciadas por secretarias de educação.

Parágrafo único. A formação de tradutor e intérprete de Libras pode ser realizada por organizações da sociedade civil representativas da comunidade surda, desde que o certificado seja convalidado por uma das instituições referidas no inciso III.

Art. 19. Nos próximos dez anos, a partir da publicação deste Decreto, caso não haja pessoas com a titulação exigida para o exercício da tradução e interpretação de Libras - Língua Portuguesa, as instituições federais de ensino devem incluir, em seus quadros, profissionais com o seguinte perfil:

I - profissional ouvinte, de nível superior, com competência e fluência em Libras para realizar a interpretação das duas línguas, de maneira simultânea e consecutiva, e com aprovação em exame de proficiência, promovido pelo Ministério da Educação, para atuação em instituições de ensino médio e de educação superior;

II - profissional ouvinte, de nível médio, com competência e fluência em Libras para realizar a interpretação das duas línguas, de maneira simultânea e consecutiva, e com aprovação em exame de proficiência, promovido pelo Ministério da Educação, para atuação no ensino fundamental;

III - profissional surdo, com competência para realizar a interpretação de línguas de sinais de outros países para a Libras, para atuação em cursos e eventos.

Parágrafo único. As instituições privadas e as públicas dos sistemas de ensino federal, estadual, municipal e do Distrito Federal buscarão implementar as medidas referidas neste artigo como meio de assegurar aos alunos surdos ou com deficiência auditiva o acesso à comunicação, à informação e à educação.

Art. 20. Nos próximos dez anos, a partir da publicação deste Decreto, o Ministério da Educação ou instituições de ensino superior por ele credenciadas para essa finalidade promoverão, anualmente, exame nacional de proficiência em tradução e interpretação de Libras - Língua Portuguesa.

Parágrafo único. O exame de proficiência em tradução e interpretação de Libras - Língua Portuguesa deve ser realizado por banca examinadora de amplo conhecimento dessa função, constituída por docentes surdos, lingüistas e tradutores e intérpretes de Libras de instituições de educação superior.

Art. 21. A partir de um ano da publicação deste Decreto, as instituições federais de ensino da educação básica e da educação superior devem incluir, em seus quadros, em todos os níveis, etapas e modalidades, o tradutor e intérprete de Libras - Língua Portuguesa, para viabilizar o acesso à comunicação, à informação e à educação de alunos surdos.

§ 1o O profissional a que se refere o caput atuará:

I - nos processos seletivos para cursos na instituição de ensino;

II - nas salas de aula para viabilizar o acesso dos alunos aos conhecimentos e conteúdos curriculares, em todas as atividades didático-pedagógicas; e

III - no apoio à acessibilidade aos serviços e às atividades-fim da instituição de ensino.

§ 2o As instituições privadas e as públicas dos sistemas de ensino federal, estadual, municipal e do Distrito Federal buscarão implementar as medidas referidas neste artigo como meio de assegurar aos alunos surdos ou com deficiência auditiva o acesso à comunicação, à informação e à educação.

CAPÍTULO VI

DA GARANTIA DO DIREITO À EDUCAÇÃO DAS PESSOAS SURDAS OU

COM DEFICIÊNCIA AUDITIVA

Art. 22. As instituições federais de ensino responsáveis pela educação básica devem garantir a inclusão de alunos surdos ou com deficiência auditiva, por meio da organização de:

I - escolas e classes de educação bilíngüe, abertas a alunos surdos e ouvintes, com professores bilíngües, na educação infantil e nos anos iniciais do ensino fundamental;

II - escolas bilíngües ou escolas comuns da rede regular de ensino, abertas a alunos surdos e ouvintes, para os anos finais do ensino fundamental, ensino médio ou educação profissional, com docentes das diferentes áreas do conhecimento, cientes da singularidade lingüística dos alunos surdos, bem como com a presença de tradutores e intérpretes de Libras - Língua Portuguesa.

§ 1o São denominadas escolas ou classes de educação bilíngüe aquelas em que a Libras e a modalidade escrita da Língua Portuguesa sejam línguas de instrução utilizadas no desenvolvimento de todo o processo educativo.

§ 2o Os alunos têm o direito à escolarização em um turno diferenciado ao do atendimento educacional especializado para o desenvolvimento de complementação curricular, com utilização de equipamentos e tecnologias de informação.

§ 3o As mudanças decorrentes da implementação dos incisos I e II implicam a formalização, pelos pais e pelos próprios alunos, de sua opção ou preferência pela educação sem o uso de Libras.

§ 4o O disposto no § 2o deste artigo deve ser garantido também para os alunos não usuários da Libras.

Art. 23. As instituições federais de ensino, de educação básica e superior, devem proporcionar aos alunos surdos os serviços de tradutor e intérprete de Libras - Língua Portuguesa em sala de aula e em outros espaços educacionais, bem como equipamentos e tecnologias que viabilizem o acesso à comunicação, à informação e à educação.

§ 1o Deve ser proporcionado aos professores acesso à literatura e informações sobre a especificidade lingüística do aluno surdo.

§ 2o As instituições privadas e as públicas dos sistemas de ensino federal, estadual, municipal e do Distrito Federal buscarão implementar as medidas referidas neste artigo como meio de assegurar aos alunos surdos ou com deficiência auditiva o acesso à comunicação, à informação e à educação.

Art. 24. A programação visual dos cursos de nível médio e superior, preferencialmente os de formação de professores, na modalidade de educação a distância, deve dispor de sistemas de acesso à informação como janela com tradutor e intérprete de Libras - Língua Portuguesa e subtitulação por meio do sistema de legenda oculta, de modo a reproduzir as mensagens veiculadas às pessoas surdas, conforme prevê o Decreto no 5.296, de 2 de dezembro de 2004.

CAPÍTULO VII

DA GARANTIA DO DIREITO À SAÚDE DAS PESSOAS SURDAS OU

COM DEFICIÊNCIA AUDITIVA

Art. 25. A partir de um ano da publicação deste Decreto, o Sistema Único de Saúde - SUS e as empresas que detêm concessão ou permissão de serviços públicos de assistência à saúde, na perspectiva da inclusão plena das pessoas surdas ou com deficiência auditiva em todas as esferas da vida social, devem garantir, prioritariamente aos alunos matriculados nas redes de ensino da educação básica, a atenção integral à sua saúde, nos diversos níveis de complexidade e especialidades médicas, efetivando:

I - ações de prevenção e desenvolvimento de programas de saúde auditiva;

II - tratamento clínico e atendimento especializado, respeitando as especificidades de cada caso;

III - realização de diagnóstico, atendimento precoce e do encaminhamento para a área de educação;

IV - seleção, adaptação e fornecimento de prótese auditiva ou aparelho de amplificação sonora, quando indicado;

V - acompanhamento médico e fonoaudiológico e terapia fonoaudiológica;

VI - atendimento em reabilitação por equipe multiprofissional;

VII - atendimento fonoaudiológico às crianças, adolescentes e jovens matriculados na educação básica, por meio de ações integradas com a área da educação, de acordo com as necessidades terapêuticas do aluno;

VIII - orientações à família sobre as implicações da surdez e sobre a importância para a criança com perda auditiva ter, desde seu nascimento, acesso à Libras e à Língua Portuguesa;

IX - atendimento às pessoas surdas ou com deficiência auditiva na rede de serviços do SUS e das empresas que detêm concessão ou permissão de serviços públicos de assistência à saúde, por profissionais capacitados para o uso de Libras ou para sua tradução e interpretação; e

X - apoio à capacitação e formação de profissionais da rede de serviços do SUS para o uso de Libras e sua tradução e interpretação.

§ 1o O disposto neste artigo deve ser garantido também para os alunos surdos ou com deficiência auditiva não usuários da Libras.

§ 2o O Poder Público, os órgãos da administração pública estadual, municipal, do Distrito Federal e as empresas privadas que detêm autorização, concessão ou permissão de serviços públicos de assistência à saúde buscarão implementar as medidas referidas no art. 3o da Lei no 10.436, de 2002, como meio de assegurar, prioritariamente, aos alunos surdos ou com deficiência auditiva matriculados nas redes de ensino da educação básica, a atenção integral à sua saúde, nos diversos níveis de complexidade e especialidades médicas.

CAPÍTULO VIII

DO PAPEL DO PODER PÚBLICO E DAS EMPRESAS QUE DETÊM CONCESSÃO OU PERMISSÃO DE SERVIÇOS PÚBLICOS, NO APOIO AO USO E DIFUSÃO DA LIBRAS

Art. 26. A partir de um ano da publicação deste Decreto, o Poder Público, as empresas concessionárias de serviços públicos e os órgãos da administração pública federal, direta e indireta devem garantir às pessoas surdas o tratamento diferenciado, por meio do uso e difusão de Libras e da tradução e interpretação de Libras - Língua Portuguesa, realizados por servidores e empregados capacitados para essa função, bem como o acesso às tecnologias de informação, conforme prevê o Decreto no 5.296, de 2004.

§ 1o As instituições de que trata o caput devem dispor de, pelo menos, cinco por cento de servidores, funcionários e empregados capacitados para o uso e interpretação da Libras.

§ 2o O Poder Público, os órgãos da administração pública estadual, municipal e do Distrito Federal, e as empresas privadas que detêm concessão ou permissão de serviços públicos buscarão implementar as medidas referidas neste artigo como meio de assegurar às pessoas surdas ou com deficiência auditiva o tratamento diferenciado, previsto no caput.

Art. 27. No âmbito da administração pública federal, direta e indireta, bem como das empresas que detêm concessão e permissão de serviços públicos federais, os serviços prestados por servidores e empregados capacitados para utilizar a Libras e realizar a tradução e interpretação de Libras - Língua Portuguesa estão sujeitos a padrões de controle de atendimento e a avaliação da satisfação do usuário dos serviços públicos, sob a coordenação da Secretaria de Gestão do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, em conformidade com o Decreto no 3.507, de 13 de junho de 2000.

Parágrafo único. Caberá à administração pública no âmbito estadual, municipal e do Distrito Federal disciplinar, em regulamento próprio, os padrões de controle do atendimento e avaliação da satisfação do usuário dos serviços públicos, referido no caput.

CAPÍTULO IX

DAS DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 28. Os órgãos da administração pública federal, direta e indireta, devem incluir em seus orçamentos anuais e plurianuais dotações destinadas a viabilizar ações previstas neste Decreto, prioritariamente as relativas à formação, capacitação e qualificação de professores, servidores e empregados para o uso e difusão da Libras e à realização da tradução e interpretação de Libras - Língua Portuguesa, a partir de um ano da publicação deste Decreto.

Art. 29. O Distrito Federal, os Estados e os Municípios, no âmbito de suas competências, definirão os instrumentos para a efetiva implantação e o controle do uso e difusão de Libras e de sua tradução e interpretação, referidos nos dispositivos deste Decreto.

Art. 30. Os órgãos da administração pública estadual, municipal e do Distrito Federal, direta e indireta, viabilizarão as ações previstas neste Decreto com dotações específicas em seus orçamentos anuais e plurianuais, prioritariamente as relativas à formação, capacitação e qualificação de professores, servidores e empregados para o uso e difusão da Libras e à realização da tradução e interpretação de Libras - Língua Portuguesa, a partir de um ano da publicação deste Decreto.

Art. 31. Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 22 de dezembro de 2005; 184o da Independência e 117o da República.

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
Fernando Haddad

domingo, 5 de dezembro de 2010

Mãos e Pés

Olá Pessoas!
Faz um tempão que eu não posto nadinha aqui neh...

mas bem, estou voltando hoje, para postar duas imagens para quem
quer aprender a linguagem de sinal, tanto para mãos quanto para
os pés...

Bejinhos e uma ótima semana!!


Com as mãos!




Com os Pés!







"Se não tivéssemos voz nem língua, mas apesar disso desejássemos manifestar coisas uns para os outros, não deveríamos, como as pessoas que hoje são surdas*, nos empenharmos em indicar o significado pelas mãos, cabeça e outras partes do corpo?"
(Sócrates, no Crálito de Platão)

terça-feira, 5 de outubro de 2010

\o/




Ahhhh... Dia 26 foi o Dia Naciona do Surdo...

Infelizmente não deu pra passar aqui no dia, está tão corrido pra mim... Mas é isso aew....

Passando para atualizar, mas passarei aqui para deixar novidades...

bjinhusss

domingo, 12 de setembro de 2010

Teste da Orelhinha




Qualquer bebê recém-nascido pode apresentar um problema auditivo no nascimento ou adquiri-lo nos primeiros anos de vida. Isto pode acontecer mesmo que não haja casos de surdez na família ou nenhum fator de risco aparente.
Um teste simples feito 48 horas após o nascimento do bebê pode detectar se ele tem algum problema auditivo e evitar problemas na fala e no aprendizado da criança. A avaliação é rápida, indolor e importante para toda a vida da pessoa. Conhecido popularmente como teste da orelhinha, a Emissão Evocada Otoacústica existe desde os anos 90, mas até hoje poucas maternidades públicas brasileiras realizam o exame, mesmo com a vigência de leis dispondo sobre a obrigatoriedade. Hoje, cerca de 150 locais em 19 estados realizam a triagem auditiva. O problema é que, dessas unidades, só 20 são maternidades públicas.

No Brasil, estima-se que existam cerca de 15 milhões de pessoas com algum tipo de perda auditiva. No Censo de 2000, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 3,3% da população responderam ter algum problema auditivo. Aproximadamente 1% declarou ser incapaz de ouvir
.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

O que fazer quando se esta apaixonada pelo seu melhor amigo?

olá, tudo bem??
Bom, Hoje o nosso assunto é totalmente diferente do que tenho falado ultimamente...
Hoje o assunto é: O que fazer quando se esta apaixonada pelo seu melhor amigo??




Apaixonar-se por alguém o qual tem a consideração de nomeá-lo como seu melhor amigo é a coisa mais natural do mundo, afinal, é a pessoa a qual você possivelmente mais confia e sente-se bem tendo a seu lado, logo, pouco-a-pouco dependendo da situação a paixão, o interesse torna-se algo bem natural.

Eu em particular não gosto da idéia de interessar-me por uma garoto sem antes conhecê-la. E sei que há quem diga que depois que flui a tal da amizade aí já eram as chances de um relacionamento mais intenso ou algo do gênero, mas eu gosto da idéia.

Gostar de alguém que se tenha algum conhecimento é mais seguro. Você sabe exatamente com quem está se metendo, por assim dizer. Sabe em que tipo de terreno está pisando e com quem está lidando.

Quando você está com alguém que já conhece e sabe algo à respeito (mesmo que não muito)... as chances de "levar ré" por assim dizer são bem menores. Bem diferente da pessoa a qual está se relacionando e ainda conhecendo, pois esta no início tende a ser a pessoa mais maravilhosa do mundo e com o decorrer do "período de experiência" por assim dizer, você a conhece melhor e acaba infelizmente na grande maioria das vezes descobrindo que seu bem tem pés-de-barro.


Mas assim...
Senta e conversa com alguma amiga(o) sua (seu).... Não vá querer também entrar em concorrência com ela por causa de um garoto (a), mesmo que seu melhor amigo (a). Principalmente se você for nova e tiver a plena conciência de que trata-se apenas de uma paixão, e não do amor de sua vida (pelo menos não ainda).

Não vá cair na bobeira de achar que vale a pena passar por cima de tudo e de todos por isso ou por aquilo, pois nada vale tanto a pena assim nessa vida. Os amigos estão acima de todos os possíveis garotos que você venha a gostar hoje ou amanhã.
Principalmente neste caso onde quem está em questão é justamente seu melhor amigo........

Beijos

Alessandra!!




segunda-feira, 28 de junho de 2010

Deficiências neurológicas que afetam a comunicação

Matéria Google... ;)

AFASIA

A afasia, uma das principais deficiências neurológicas que afetam a comunicação, consiste na dificuldade em compor frases, escolher palavras e conectar idéias. O afásico é incapaz de fazer sínteses cerebrais de seus pensamentos. Essa dificuldade, porém, provém de uma lesão no centro cerebral responsável pela linguagem. Distúrbios motores, psicológicos ou de qualquer outro tipo não podem ser considerados afásicos, ainda que comprometam a linguagem. A afasia é uma condição médica que desperta bastante interesse e, por isso, chegou a ser explorada em filmes e em seriados, como House.




Afasia de Broca


Imagem gerada por exame de PET scan

Também conhecida como afasia motora ou não-fluente, a afasia de broca consiste na dificuldade do paciente em falar. Esses afásicos compreendem a linguagem oral e a linguagem escrita, mas, devido à lesão na região lateral inferior do lobo frontal esquerdo, sofrem de anomia (dificuldade em encontrar nomes para se expressar) e agramatismo (supressão dos morfemas gramaticais - preposições, artigos, pronomes). Além disso, esses pacientes tendem a privilegiar o uso de palavras de conteúdo, tais como substantivos, o que aproxima sua fala de uma linguagem "telegráfica", mais simples e direta. Dependendo do grau da afasia, o paciente se torna incompreensível. Entretanto, ele tem consciência de que não consegue se expressar e isso gera bastante frustração.


Afasia de Wernicke

A afasia de Wernicke é também chamada de afasia de compreensão, pois atinge uma região cortical posterior em torno da ponta do sulco lateral de Sylvius do lado esquerdo e faz com que os pacientes não compreendam o que escutam (seja falado por outras pessoas ou por eles mesmos). Sua fala é fluente, mas incoerente, já que o emissor afásico não entende seu próprio discurso.

Um dos sintomas possíveis desse tipo de afasia é a parafasia, ou seja, a substituição de uma palavra por outra. As palavras podem ser do mesmo campo semântico, nesse caso a parafasia é denominada literal (ex.: trocar carro com bicicleta); ou podem ter sonoridade semelhante (ex.: trocar carro por barro).




Afasia de Condução

Esse tipo de afasia, provocado por lesão do feixe arqueado, caracteriza-se pela incapacidade do paciente de repetir frases e de nomear objetos. Na afasia de condução, a fala é fluente (apesar de apresentar parafasias) e o paciente tem consciência de seu déficit, o que pode gerar um comportamento depressivo ou agressivo. Outra característica é a dicotomia entre a repetição defeituosa e a compreensão normal.




Afasia Global

A afasia global é gerada por uma lesão global persistente que envolve as regiões anteriores e posteriores da área de linguagem. Ela pode ocorrer durante a fase aguda de uma grande lesão anterior e possivelmente evolui para uma severa afasia de Broca. O paciente tem a produção e compreensão da fala prejudicadas, assim como a nomeação, escrita, leitura e repetição


Outros distúrbios mentais

Existem também outros distúrbios mentais que podem influenciar na capacidade de comunicação. Mesmo a paralisia cerebral, que afeta uma série de funções do organismo, pode se concentrar, por exemplo, na capacidade de ler e escrever.


Os deveres do Jornalista para com os Deficientes



Sempre houve pessoas com deficiências. O que mudou foi o tratamento em relação ao tema. Como responsável pela abordagem dos temas relacionados à noção de cidadania e sua circulação na sociedade, o jornalismo tem um papel fundamental nesse processo de transformação.

Antes, as pessoas ditas "anormais" eram excluídas da categoria de cidadãos: não tinham participação ativa no mercado de trabalho,sofriam preconceitos na sociedade e inclusive no seio da família por serem consideradas no mínimo "diferentes"; era-lhes negado o direito à palavra como contribuição para o conhecimento e o debate intelectual; e também era-lhes imposto um isolamento dos círculos sociais dos "normais". Ser deficiente era trazer um problema para todos que convivessem com a pessoa.

O paradigma da exclusão, depois de uma longa luta dos deficientes e dos simpatizantes de sua causa, deu lugar ao da inclusão, que tem suas limitações, mas caminha para a eliminação das barreiras do preconceito. A discriminação provém de idéias arraigadas no imaginário coletivo das pessoas, produtor da opinião pública mais tradicional. O jornalismo, como espaço de debate e formação dessa opinião, portanto, tem responsabilidade direta sobre ela e seu preconceito.




Alguns deveres do Jornalista



1- Manter o assunto da necessidade de inclusão constantemente em pauta

É provado que as pautas de maior noticiabilidade na grande mídia são, por extensão, as mais comentadas, discutidas e absorvidas pelos usuários desses serviços. Não é grande a atenção devotada a assuntos de baixa freqüência. Eles tendem a ser tratados com certa leviandade, inclusive. Dar destaque ao assunto da inclusão dos deficientes, desde que com o enquadramento adequado, é um dever do jornalista que busca conscientizar seu público.

Enquadramento adequado, aqui, refere-se ao modo como as notícias são tratadas. Assim, não se deve tratar o deficiente de uma posição inferior aos outros, como o "coitadinho" ou como o herói, trabalhando apenas com extremos. Deve-se relatar o modo como ele supera suas limitações e pode desenvolver-se como qualquer um.


2- Reformular a noção de cidadania, estimulando e preparando os segmentos sociais para o convívio com deficientes

É importante que as reportagens jornalísticas, sempre que possível, incluam o ponto de vista das pessoas deficientes, dando a elas voz nos debates públicos, tratem ou não de sua deficiência. Segundo a jornalista Aline de Oliveira Rios, "a cidadania não se restringe a um efeito de discurso ou a ações filantrópicas, ela está relacionada a um direito legítimo de expressão que, inclusive, garante o acesso aos meios de divulgação competentes". Uma cobertura jornalística de qualidade sobre as questões que envolvem as deficiências deve conferir prioridade máxima à expressão dos próprios sujeitos da notícia.


3- Fiscalizar e incentivar políticas públicas e quaisquer ações sociais que tratem do cumprimento dos direitos das pessoas com deficiência, assim como da sua inclusão na sociedade

As políticas públicas e ações sociais têm a intenção de eliminar ou amenizar as limitações da vida das pessoas com deficiência em relação às outras. Como fiscalizador do papel do Estado, o jornalismo deve cobrar dessa instituição o cumprimento da legislação, que confere aos deficientes o direito à igualdade e participação plena na sociedade, equiparando suas oportunidades de realização profissional e pessoal às de outros cidadãos.

Essas políticas prevêem mudanças nas estruturas da sociedade, como flexibilização do mercado de trabalho, adequações dos ambientes, viabilização de benefícios assistenciais, eliminação de barreiras arquitetônicas, entre outras.

A divulgação de ONGs e projetos privados que dêem atenção a esse processo também são bem-vindas, assim como a reportagem de seu desenvolvimento e capacidade de atender à população.


4- Refletir sobre o conceito de inclusão

Apesar da mudança do paradigma da exclusão, ainda existe necessidade de discutir certas mentalidades a respeito do assunto. Muitas pessoas entendem a necessidade de incluir, no entanto estão presas a uma idéia de que os deficientes precisam estar dentro de um modelo do que é considerado "pronto", isto é, apenas um determinado tipo de excluído poderia suportar ou teria chances em viver uma vida "normal". Essa noção de prontas seria minimamente adaptadas para aprender, trabalhar, se expressar e se locomover mais ou menos bem pelo meio urbano e transportes coletivos. Se não se enquadrassem nesse modelo teriam de se esforçar para atingi-lo.

Ora, esta não é senão outra forma de exclusão: pensar que alguém precisa se esforçar para ser considerado normal e ter seus direitos fornecidos. A inclusão, desta forma, deve ser para todos, de forma que no processo de incluir não se acabe marginalizando outros por omissão. Como bem disse Claudia Werneck: "A inclusão é para todos, pois somos todos diferentes".

Foi lançado um manual em português, espanhol e em versão digital, impressa e em braile com o objetivo de instruir os profissionais da mídia em como lidar melhor com o tema. É o Manual sobre Desenvolvimento Inclusivo para Mídia e Profissionais de Comunicação desenvolvido pela Escola de Gente em parceria com o Banco Mundial, a Petrobras e Save the Children Suécia.

domingo, 27 de junho de 2010

As mãos como linguagem: cegos, surdos e mudos

Matéria encontrada no google... Espero que gostem e aprendam....



Aprender uma língua não é apenas uma questão de gravar palavras e frases individuais. A essência da linguagem é a capacidade de juntar palavras em novas combinações. De acordo com o professor de Harvard e lingüista Steven Pinker, os dois motores da linguagem seriam a memorização das palavras e a combinação de pedaços de palavras de acordo com as regras. No início de sua obra O material do pensamento, ele diz: "A linguagem é uma janela para a natureza humana, que expõe características profundas e universais de nossos pensamentos e sentimentos. Os pensamentos e sentimentos não podem ser equacionados aos sentimentos propriamente ditos". A linguagem nos abre uma janela para nossa natureza.
Apesar de todas as potencialidades da linguagem, parece que existem áreas nas quais a ela é inaproriada ou insuficiente, especialmente num relacionamento comunal (de acordo com os tipos de relacionamento identificados pelo antropólogo Alan Fiske). A linguagem não dá conta de tudo o que queremos transmitir. A idéia de incomunicabilidade pode assustar, e desse sentimento compartilham os deficientes.
Surdos, cegos, mudos e afásicos são compelidos a desenvolver linguagens específicas. Para superar suas dificuldades comunicacionais, eles criam e recriam códigos. São novas formas de ver e ler o mundo, de senti-lo, por exemplo, na palma de suas mãos.


O Braile

O Braile foi inventado pelo francês Louis Braille. Antes da invenção não havia um código de leitura específico para os cegos. Louis Braille, no entanto, quando estudava no Instituto Nacional para Jovens Cegos, em Paris, um colégio interno fundado por Valentin Haüy, teve contato com um sistema formado por este último. Os livros eram compostos por grandes letras em alto relevo para serem reconhecidas pelos contornos, algo, porém, sem grande praticidade e que os encarecia.

Para compor o alfabeto, também precisou tomar conhecimento de outra linguagem pré-existente. Inspirou-se em um código de leitura táctil inventado por Charles Barbie, um oficial da artilharia francesa que necessitava ler no escuro das trincheiras. O código de Barbie também servia para enviar mensagens codificadas a sentinelas. Esse sistema se utilizava de uma série de pontos em alto relevo.

Esse sistema não representava letras, mas sons, e por isso foi chamado "Grafia sonora". Todavia, não foi recebido com muito entusiasmo, e, por isso, seu inventor o adaptou para deficientes visuais. Também não teve grande sucesso assim, pois um mesmo símbolo substituía muitas coisas e por isso podia causar confusão.

Louis Braille ao se deparar aos 12 anos com tal sistema pôs-se a aprimorá-lo, constituindo sua própria linguagem. Logo aos 17 anos estava ensinando alunos extra-oficialmente, já que o braile ainda não era reconhecido. Seu quarto era o quartel general da linguagem revolucionária. Mais tarde, Braille reconheceria Barbier como fonte de inspiração.

Braille temia que seu método não fosse levado adiante, mas o governo francês o oficializou em 1954, dois anos após sua morte precoce aos 43 anos. Napoleão III promoveu a mundialização da língua ao expô-la um ano seguinte na Exposição Internacional de Paris, juntamente com um concerto de piano com os ex-alunos do inventor. Os restos mortais do professor chegaram a ser transferidos para o local onde se sepultam os corpos dos heróis-nacionais, o Panthéon, em Paris. Outra conquista da língua data de 1892, quando Frank H. Hall produziu uma máquina capaz de reproduzi-lo.

O Braile começou a ser utilizado no Brasil em 1856. As estimativas calculam a existência de 750 mil cegos no país, e uma lei obriga a distribuição gratuita de material em braile para todos eles. Para isso imprimem-se apenas 25 títulos por mês, num total de 4 mil volumes, quantidade insuficiente. As editoras fazem parte do Instituto Benjamin Constant, no Rio de Janeiro, e da Fundação para o Livro do cego, em São Paulo.



Estrutura

Atribuindo a função de um símbolo a determinada combinação de 6 pontos (dois na horizontal e três na vertical), Braille substituiu todas as letras do alfabeto, sinais de pontuação, acentuação e números na criação do novo código. Os símbolos brailes são chamados de células.

Para ler o braile basta deslizar os dedos sobre o papel, identificando a posição dos pontos. Para escrever, é necessário uma placa de metal perfurada no formato de várias células, com um papel grosso embaixo. Nas células da placa, há 6 furinhos, onde o escritor introduz um instrumento semelhante a um prego de ponta arredondada, marcando o papel sem furá-lo. Escreve-se da direita para a esquerda, de modo a, finalizada a escrita, poder-se virar o papel e lê-lo da esquerda para a direita. A disposição dos pontos é a seguinte:

1 4

2 5

3 6

De "A" a "J", as letras são formadas pelos pontos 1,2,4 e 5. Quando um sinal específico os precede, os símbolos passam a representar os números de 1 a 10. O ponto 3 é adicionado aos dez primeiros sinais para formar de "K" a "T". E o 3 e o 6 são usados simultaneamente quando se escreve de "U" a "Z", exceto o "W". Este é uma combinação do 2,4,5 e 6.

Há três níveis de habilidade em braile. No primeiro, representa-se letra por letra com uma combinação celular; no segundo abreviam-se as conjunções, preposições e pronomes mais comuns; e no terceiro, para o qual exige-se memória e tato muito desenvolvidos, as abreviaturas são mais complexas como -ista, -mente e -dade.



A Aquisição do Braile



A aquisição do braile enquanto linguagem leva de 3 a 4 anos, substancialmente mais que a linguagem verbal.

Não é somente da necessidade de memorização que se trata, mas também de noções complexas como a de quantidade e desenvolvimento de coordenação motora para o manejo do reglete e da punção (instrumentos com os quais se escreve). Ademais, os cegos precisam associar os significantes aos significados, e nesse ponto o processo se complica, já que seu modo de conhecer, pela audição e pelo tato, difere do método pedagógico mais comum. O costume é abusar do sentido da visão para “mostrar o mundo” aos alfabetizantes, seja com figuras, recortes de letras em revistas, recursos multimídias, referência a outdoors e propagandas visuais, etc.

A noção de quantidade é necessária à medida que o braile se estrutura em combinações matemáticas de pontos numerados de 1 a 6. Os números por si próprios já são signos, cujo significado é a própria noção de quantidade. Após a compreensão da linguagem matemática, é preciso associar a posição espacial dos pontos a sons. Isso implica num esforço mental maior que o da aprendizagem do alfabeto romano.

Para os alfabetizantes videntes, conhecer implica em ver, o que não serve para os cegos. Eles precisam tatear, e por conseqüência, explorar os objetos. Assim, a função háptica (tátil) substitui a visual no conhecimento de estruturas em três dimensões, mas leva mais tempo para ser desenvolvida e aplicada. A função auditiva, conforme o pensador americano Jackendoff, está ligada ao conhecimento corporal e à dança, e por isso também ao conhecimento geométrico em três dimensões.

No entanto, pode-se aprender a conhecer tão eficaz e rapidamente com os ouvidos como com os olhos, o problema é o atraso do método educacional para alfabetizar em braile. Como se lança mão de recursos imagéticos para os videntes, é possível utilizar em quantidade os auditivos para os cegos, como modificar sotaques e pronúncias, imitar sons, dizer letras, brincar com instrumentos musicais, manusear objetos que façam barulho, ouvir rádio e vídeos, além de exercícios de consciência corporal como (pintar dentro de círculos que imitem a letra braile, desenhar os pontos braile com a ajuda de réguas em circunferência, brincadeiras de roda com o alfabeto, dramatizações (exemplos de Adriana Riess Karnal, estudiosa de Jackendoff).

Inserir os deficientes visuais em ambientes estimulantes do ponto de vista auditivo potencializaria mais ainda a alfabetização, pois é com a linguagem oralizada eles podem receber explicações e entender melhor conceitos abstratos, com a convivência com outras pessoas que aprenderão a fazer os gestos e expressões faciais que têm significado lingüístico.

Adriana Riess Karnal propõe ainda o uso do e-braile, uma ferramenta eletrônica, para inserir os cegos no mundo digital e acelerar a aprendizagem. No lugar do mouse se acoplaria um aparelho com seis botões imitando uma célula, e seu pressionamento ordenado representaria uma letra. Uma espécie de áudio-book reagiria à “digitação” e reproduziria o som correspondente à palavra, constituindo assim um método de estudo individual e entretenimento. Pode-se ainda desenvolver o equipamento a ponto de permitir o acesso a todas as possibilidades digitais do computador.

Adaptação de “O processo de alfabetização de crianças cegas em braile” de Adriana Riess Karnal.



Jornalistas Cegos




Embora os jornalistas usem muito o sentido da visão ao interpretarem e guardarem na memória os fatos a serem reportados, os cegos também podem ter grande sucesso nessa profissão. Álvaro Zermiani, estudante cego de Jornalismo da UNISUL (em Florianópolis), conta que os cegos, ao desenvolverem mais o sentido da audição, podem lembrar melhor o que as pessoas disseram em entrevistas ou no cotidiano. Também detectam melhor oscilações nas vozes dos outros, descobrindo como eles estão emocionalmente.

"A cegueira não é de todo ruim nessa profissão", diz ele, "pois a visão é um sentido que distrai facilmente: quem enxerga está sempre atento a qualquer movimento ou barulho externo ao plano de observação do jornalista. Os cegos podem, portanto, se concentrar mais, captando informações que passam despercebidas a seus colegas de trabalho".

"Nem todos, porém, desenvolvem tanto a audição", como declara o cego Sidney Tobias de Souza num fórum da internet. Referindo-se às declarações de Zermiani, diz ele: "Não vejo nada e não tenho super audição. E vivem me cobrando isso. Dá pra parar? Eu só quero ser normal".

Mesmo assim, nada impede um cego de ser jornalista. O site "Boletim", da UFMG, em matéria sobre o ex-aluno cego Edson Batista Júnior, formado em Jornalismo, diz que para se fazer jornalismo é necessário enxergar com o coração, não necessariamente com os olhos. Edson declara nunca ter deixado de fazer nada por culpa da deficiência. Foi militante, graduou-se, deu aulas de inglês, fez cursos de computação e é um "internético": com ajuda dos programas Dosvox e Virtual on-line (ver abaixo "Ledores de tela") usufrui da web como qualquer outro.

Atualmente Edson trabalha como repórter da revista mensal "Pé na rua" da cidade de Betim-MG.



Surdos


Sinais

Os sinais são formados a partir da combinação da forma e do movimento das mãos e do ponto no corpo ou no espaço onde esses sinais são feitos. Nas línguas de sinais podem ser encontrados os seguintes parâmetros que formarão os sinais:


Configuração das mãos: São formas das mãos que podem ser da datilologia (alfabeto manual) ou outras formas feitas pela mão predominante (mão direita para os destros ou esquerda para os canhotos), ou pelas duas mãos.
Os sinais DESCULPAR, EVITAR e IDADE, por exemplo, possuem a mesma configuração de mão (com a letra y). A diferença é que cada uma é produzida em um ponto diferente no corpo.

Ponto de articulação: é o lugar onde incide a mão predominante configurada, ou seja, local onde é feito o sinal, podendo tocar alguma parte do corpo ou estar em um espaço neutro.
Movimento: Os sinais podem ter um movimento ou não. Por exemplo, os sinais PENSAR e EM-PÉ não têm movimento; já os sinais EVITAR e TRABALHAR possuem movimento.
Expressão facial e/ou corporal: As expressões faciais / corporais são de fundamental importância para o entendimento real do sinal, sendo que a entonação em Língua de Sinais é feita pela expressão facial.
Orientação/Direção: Os sinais têm uma direção com relação aos parâmetros acima. Assim, os verbos IR e VIR se opõem em relação à direcionalidade.
[editar]As convenções da Libras
A grafia: os sinais em libras, para simplificação, serão representados na Língua Portuguesa em letra maiúscula. Ex.: CASA, INSTRUTOR.
A datilologia (alfabeto manual): usada para expressar nomes de pessoas, lugares e outras palavras que não possuem sinal, estará representada pelas palavras separadas por hífen. Ex.: M-A-R-I-A, H-I-P-Ó-T-E-S-E.
Os verbos: serão apresentados no infinitivo. Todas as concordâncias e conjugações são feitas no espaço. Ex.: EU QUERER CURSO.
As frases: obedecerão à estrutura da LIBRAS, e não à do Português. Ex.: VOCÊ GOSTAR CURSO? (Você gosta do curso?)
Os pronomes pessoais: serão representados pelo sistema de apontação. Apontar em LIBRAS é culturalmente e gramaticalmente aceito.

Para conversar em LIBRAS não basta apenas conhecer os sinais de forma solta, é necessário conhecer a sua estrutura gramatical, combinando-os em frases.

Além disso, existe uma série de siglas e jargões no universo das libras.

A linguagem de sinais também é usada pelos mudos.



História da Educação dos surdos

Até o final do século XV, não existiam escolas especializadas para os surdos, pois, na época, eles eram considerados pela sociedade incapazes de serem ensinados como pessoas normais. Julgadas como intelectualmente inferiores, as pessoas surdas eram em geral excluídas do convívio social. Não obstante, na intenção de auxiliar essa classe excluída e marginalizada da sociedade, alguns educadores passaram a desenvolver métodos básicos que facilitassem a comunicação entre todos. Essa comunicação incluía a língua utilizada pelos surdos naquela época com alguns gestos e sons desenvolvidos pelos educadores. Foi a partir dessa junção que se deu o desenvolvimento da Língua de Sinais que conhecemos hoje, a qual proporciona gradativamente uma facilidade no diálogo entre surdos e ouvintes, rompendo um pouco dessa "barreira” existente entre o mundo silenciado e as pessoas que eram consideradas pela sociedade como normais.

Dentre os principais educadores dos surdos, pode-se destacar como sendo o pioneiro no desenvolvimento e na educação dos não ouvintes, o professor francês Charles Michel de l’Epée. Em meados do século XIX, percebendo a necessidade que esses indivíduos tinham em se comunicar, o abade l’Epée resolveu reunir um grupo de surdos em um espaço escolar público nos subúrbios de Paris e criou métodos de comunicação para o grupo. Do ponto de vista do desenvolvimento do ensino dos surdos brasileiros, o professor l’Epée foi um grande facilitador no processo de surgimento da Língua Brasileira de Sinais.
A partir de então, vários institutos foram desenvolvidos internacionalmente, tomando como base os princípios de l’Epée. No Brasil, a educação dos surdos também teve seu ponto de partida com os métodos de ensino desenvolvidos por tal professor. Dom Pedro II convidou o professor Huet, um surdo aprendiz dos métodos de comunicação do professor l'Epée, a praticar e desenvolver técnicas de ensino com não ouvintes brasileiros. A partir dessa vinda, em 1857, no estado do Rio de Janeiro, surgiu o primeiro instituto educacional brasileiro dos surdos: Instituto Nacional de Educação dos Surdos (INES).
A língua de sinais trazida da França pelo professor Huet, associada aos métodos de comunicação que os surdos utilizavam no Brasil naquela época, deu origem a uma junção de sinais e gestos manuais, corporais e visuais que possibilitaram o surgimento da verdadeira Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS).
No INES, os surdos oriundos de diversas partes do país eram escolarizados, recebiam as primeiras lições estudantis e desenvolviam suas capacidades intelectuais e profissionais até então discriminadas pela sociedade. Aos dezoito anos retornavam aos seus locais de origem levando consigo o que aprenderam no INES e conseqüentemente a LIBRAS.



A educação dos surdos no Brasil

Até a década de 60, como na maioria dos países, o Brasil seguia a orientação dominante, considerando como melhor alternativa para o ensino de crianças surdas o atendimento em separado, já que seus problemas lingüísticos as diferenciavam das crianças ouvintes.
Assim, apareceram muitas escolas especiais para surdos, onde os portadores de deficiência auditiva eram educados, predominantemente, sob o aspecto da reabilitação oral.
A partir dos anos 80, seguindo a tendência mundial de integração, adotou-se nova orientação no campo da educação dos surdos: a integração do aluno surdo ao sistema regular de ensino (Educação Inclusiva - processo de inclusão dos portadores de necessidades especiais ou de distúrbios de aprendizagem na rede comum de ensino em todos os seus graus).
Tal tendência encontrou respaldo filosófico, legal e político-educacional na Constituição da República Federativa do Brasil (1988) que garante, em seu artigo 208, inciso III, “o atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino”.
Somando-se ao artigo, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA, 1990) atesta a igualdade de oportunidades que as crianças e os adolescentes com deficiência deverão possuir em termos de educação, sendo o Estado e toda sociedade responsáveis pelo seu zelamento (BRASIL, 1990).
Em 22 de dezembro de 2005,o Presidente da República assinou o Decreto n° 5.626. O capítulo IV do decreto trata especificamente do acesso dos deficientes auditivos à educação.



A aquisição da linguagem pela criança surda



Alguns anos após a inclusão da língua de sinais nos estudos lingüísticos, foram iniciadas pesquisas sobre o processo de aquisição da linguagem em crianças surdas filhas de pais surdos. Essas crianças têm a oportunidade de acesso a uma língua de sinais em iguais condições ao acesso que as crianças ouvintes naturalmente têm em uma língua oral-auditiva. Frisa-se a palavra "oportunidade" porque representam apenas 5% das crianças surdas, ou seja, 95% das crianças surdas são filhas de pais ouvintes, os quais, quase sempre, não dominam uma língua de sinais. No Brasil, a LIBRAS começou a ser investigada em estudos na década de 80 e a aquisição da LIBRAS nos anos 90.

Estudos da aquisição da linguagem infantil realizados nas línguas de sinais e nas línguas orais revelaram a presença de algumas generalizações interlingüísticas e intermodais em relação à produção dos primeiros sinais e em relação ao desenvolvimento do vocabulário. Tais estudos trouxeram para discussão a precedência de aquisição de sinais em relação à aquisição de palavras no período de aquisição da linguagem. Definiu-se que a aquisição dos primeiros sinais representa o limite entre os estágios pré-lingüístico e o lingüístico. Logo, considerando que o processo de aquisição das línguas de sinais é análogo ao processo de aquisição das línguas faladas, os próximos tópicos apresentam os estágios de aquisição adotados nos estudos sobre a aquisição da linguagem em geral.



Período pré-lingüístico



O período pré-lingüístico se estende do nascimento ao início dos primeiros sinais. De acordo com estudos a respeito do balbucio em bebês surdos e bebês ouvintes no mesmo período de desenvolvimento, verificou-se que o balbucio é um fenômeno que ocorre em todos os bebês, surdos e ouvintes, decorrente da capacidade inata para a linguagem. Observou-se que essa capacidade inata é manifestada não apenas por meio de sons, mas também através de sinais.
Nos bebês surdos foram detectadas duas formas de balbucio manual: o balbucio manual silábico e a gesticulação. O primeiro apresenta combinações que pertencem ao sistema lingüístico das línguas de sinais. A gesticulação, ao contrário, não apresenta organização interna. Os bebês surdos e os bebês ouvintes apresentam os dois tipos de balbucio até um determinado estágio e desenvolvem o balbucio da sua modalidade. É por isso que os estudos afirmavam que as crianças surdas balbuciavam (oralmente) até um determinado período. As vocalizações são interrompidas nos bebês surdos assim como as produções manuais são interrompidas nos bebês ouvintes.

As semelhanças constatadas na sistematização das duas formas de balbuciar sugerem a existência no ser humano de uma capacidade lingüística inata que sustenta a aquisição da linguagem independentemente da modalidade da língua, isto é, seja ela oral-auditiva ou espaço- visual.

A percepção visual configura-se como um aspecto de extrema relevância no desenvolvimento da criança surda. Inicialmente ocorre contato visual entre os interlocutores e, então, o bebê surdo com a atenção visual voltada para a face do interlocutor, capta indícios sutis no rosto que lhe servirão para atribuir significado aos sinais de sua língua. O uso de expressões faciais, a repetição de sinais e a utilização de movimentos mais lentos e amplos na articulação dos sinais são estratégias utilizadas pelos pais para atraírem a atenção visual dos bebês surdos. A produção manual, no período pré-lingüístico corresponde à produção do que é denominado balbucio manual, pelo apontar e pelos gestos sociais - acenar, mandar beijos, bater palmas, etc.



Estágio de um sinal

O estágio de um sinal começa por volta dos 12 meses da criança surda até os 2 anos de idade. A hipótese de que a aquisição da língua dos sinais teria início antes da aquisição das línguas orais causou discussões entre pesquisadores sobre a questão da iconicidade nas línguas de sinais, sobre o desenvolvimento motor das mãos, sobre a questão da visibilidade dos articuladores e a interferência dos pais na produção dos sinais. Petitto argumenta que a criança simplesmente produz gestos que diferem dos sinais produzidos por volta dos 14 meses, classificando tal produção gestual como pertencente ao balbucio, do período pré-lingüístico. As crianças surdas com menos de 1 ano, assim como as crianças ouvintes, apontam freqüentemente para indicar objetos e pessoas. Mas quando a criança entra no estágio de um sinal, o uso da apontação desaparece. Nesse período parece ocorrer uma reorganização básica em que a criança muda o conceito da apontação inicialmente gestual (pré-lingüística) para visualizá-la como elemento do sistema gramatical da língua de sinais (lingüístico).


Estágio das primeiras combinações

As primeiras combinações de sinais surgem por volta dos 2 anos nas crianças surdas. Nem todos os verbos da ASL (American Sign Language) podem ser flexionados a fim de se marcarem as relações gramaticais em uma sentença. Existem verbos que apresentam inviabilidade na incorporação dos pronomes como, por exemplo, os verbos GOSTAR e PENSAR na LIBRAS. Dessa forma, as crianças surdas precisam adquirir duas estratégias para marcar as relações gramaticais: a incorporação dos indicadores e a ordem das palavras. A incorporação dos indicadores envolve a concordância verbal, e essa depende diretamente da aquisição do sistema pronominal.

No estágio das primeiras combinações de sinais, as crianças começam a usar o sistema pronominal, porém de maneira inconsistente. Ocorrem 'erros' de reversão pronominal, exatamente como acontece com crianças ouvintes. As crianças utilizam a apontação direcionada ao receptor para se referirem a si mesmas. Pode ser surpreendente constatar esse tipo de erro nas crianças surdas em virtude da aparentemente nítida correspondência entre a forma de apontação e o seu significado. Contudo, esse tipo de erro e a evitação do uso dos pronomes do estágio anterior são fenômenos diretamente relacionados com o processo de aquisição da linguagem. A despeito da aparente relação entre forma e significado da apontação, a compreensão dos pronomes não é óbvia para a criança dentro do sistema lingüístico da ASL, diante das múltiplas funções lingüísticas que apresenta. Na LIBRAS, observou-se a combinações de sinais, geralmente envolvendo de dois a três sinais. Ocorrem omissões do sujeito, mas não do objeto. Na LIBRAS, são utilizadas formas “congeladas” dos verbos com concordância e o uso adequado dos pronomes estabelecidos no espaço de sinalização.



Estágio das múltiplas combinações




Por volta dos 2 anos e meio a 3 anos, as crianças surdas apresentam a “explosão do vocabulário”. Começam a ocorrer as chamadas distinções derivacionais (a diferenciação entre CADEIRA e SENTAR, por exemplo).O pleno domínio dos recursos morfológicos da língua é completamente adquirido por volta dos 5 anos de idade.

A criança surda ainda não utiliza os pronomes para referir-se aos objetos e às pessoas que não estejam presentes fisicamente. Usa substantivos não associados com pontos no espaço. Mesmo quando a criança realiza tentativas de identificação de pontos no espaço, apresenta falhas de correspondência entre a pessoa e o ponto espacial.

Com os referentes presentes no discurso já ocorre a utilização consistente do sistema pronominal. Dos 3 anos em diante, passa-se à utilização do sistema pronominal com referentes ausentes no contexto do discurso. Contudo, ainda registram-se erros. De 3 anos a 3 anos e meio, as crianças usam a concordância verbal com referentes presentes. Não obstante, flexionam alguns verbos de forma inadequada nas línguas de sinais, num fenômeno análogo a generalizações verbais como 'fazi', 'sabo' e ‘gosti’ na língua portuguesa.

Por volta dos 4 anos, a concordância verbal ainda não é praticada adequadamente. Somente entre 5 e 6 anos, as crianças tornam-se capazes de flexionar os verbos corretamente. Pode-se concluir que o processo de aquisição da língua de sinais pelas crianças surdas ocorre num período análogo à aquisição da língua oral-auditiva em crianças ouvintes. Desse modo , os estudos de aquisição da linguagem indicam universais lingüísticos.



Aprendizado, pelos surdos, da língua portuguesa escrita

Grande parte do grupo de surdos e deficientes auditivos utiliza a língua de sinais para se comunicar e tem grande dificuldade para aprender a Língua Portuguesa. Isso porque a LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais), sua língua-mãe, é gestual-visual, utilizando como meio de comunicação movimentos gestuais e expressões faciais que são percebidos pela visão, enquanto a Língua Portuguesa é oral-auditiva.


A tecnologia a favor dos deficientes




Tecnologia para portadores de deficiência visual

Os ledores de tela

Para um cego, ao contrário do que se possa pensar, a internet também facilita a vida. Existem equipamentos chamados "ledores de tela", que lêem os códigos da web e os reproduzem sonoramente por meio de sintetizadores de voz. Os cegos, precisam, no entanto, aprender códigos como o html, em que certas páginas são escritas, para entendê-las de todo.

O problema do acesso desse tipo de deficiente ao mundo digital não é pequeno, pois é difícil convencer todos os produtores de conteúdo na web a usarem códigos acessíveis à leitura dos cegos. Certos webdesigners precisam de linguagens complicadas para aplicar cores variadas, formas e gráficos complexos em sites.

As páginas de bancos, cujos gráficos de cotação da bolsa e outras atividades econômicas costumam ser muito elaborados, são praticamente ilegíveis desta forma. O aproveitamento do serviço bancário online seria essencial para ao conforto de um cego, pois este poderia pagar suas próprias contas sem sair de casa, reduzindo a possibilidade de ele ser logrado por outrem ou perder a privacidade.

Há um serviço de busca no Google chamado Accessible Search (Busca Acessível) que organiza os sites em ordem de simplificação de linguagem, facilitando o uso dos ledores de tela.



Serviços de transcrição

Existem empresas, geralmente vinculadas a associações de deficientes visuais, que oferecem serviços de transcrição feitos por profissionais. Eles transcrevem de e para braile. O serviço funciona inclusive pela internet.

O serviço de correios também o faz, de modo que deficientes visuais de todo o país podem enviar e receber suas correspondências na sua linguagem própria gratuitamente. A Central Braille funciona em Belo Horizonte, no segundo andar da Agência JK dos Correios, já que a idéia do projeto partiu deste estado. Esse é um bom artifício para poupar o cego de ter que pedir a alguém para ler e escrever suas cartas. O serviço não implica na violação de correspondência pois as cartas são encaminhadas para uma caixa postal específica e reservada, além do interesse do remetente na leitura do tradutor.



Inovações tecnológicas para os deficientes auditivos

Dicionário Digital
A Secretaria de Educação Especial do Ministério da Educação (MEC) produziu o Dicionário Digital na Língua Brasileira de Sinais - LIBRAS, no formato CD-Rom. Foram distribuídos cerca de 15 mil dicionários para todo o país. Espera-se que cerca de 50 mil estudantes de escolas públicas brasileiras utilizem o material.
O CD-Rom apresenta as palavras em movimento na Língua de Sinais. Este produto foi criado para auxiliar a capacitação de professores que irão trabalhar com alunos deficientes auditivos do Ensino Fundamental.


O dicionário digital também está disponível na internet, no site
Acesso Brasil

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Eu? Quem sou Eu?

Olá Galera, tudo bem? Uma Tarde Fria, 16:56, e eu sem nada para fazer, quer dizer, agora eu tenho! =/
Andei pensando um pouco (que bom) e achei também publicar em meu Site algumas coisas sobre minha pessoa, que seja aberto também as outras coisa,claro , eu tenho uma paixão por essas areas (Recursos Humanos e Libras) , mas há outras coisas que também devem der publicadas neh, mas não deixarei de colocar sobre o assunto principal....
È...sei que não tem comentarios, mais há pessoas que passam por aqui e ainda não me conhece e não sabem do que eu gosto e do que eu não gosto;Pois é, então vou falar um pouco da minha pessoinha, pra vocês me conhecerem melhor. Obrigadinha e Boa sorte...hehe...




Nome: Alessandra Cristina da Silva

Idade: 20 anos

Estado Civil: Solteira

Namora: Sim

Filhos: Não!

Cidade: Hum.. segredinho....

Estado: São Paulo

Cep: ai ja é demais neh??

O que Mais gosto de fazer? acho que as coisas que mais gosto de verdade é estar aqui em meu site, poder publicar para as pessoas o que elas precisam, tem dificuldades em tais questões, em pode ajudar o proximo, passar para as pessoas o que aprendir e o que ainda tenho de aprender; gosto de ler livros, estar na internet, sair com meus amigos, estar com minha familia em dia de Copa...srs

O que eu não gosto? Poxa, acho que uma das coisas que não gosto é a falsidade das pessoas e aquelas pessoas que julgam sem ao menos procurar saber o que acontece! não gosto de descriminação,racismo, droga, cigarro, mulheres metidas, Adoro cantar...rs

Minhas Qualidades: Sou Super Dinamica, gosto de conversar com pessoas que tenham dialogos, Prestativa, Comunicativa, Não vejo as coisas com maudades, Adoro as coisas que faço, pois faço que me dar prazer, adoro aprender coisas novas....

Meus Defeitos: Não gosto de conversar com pessoas enquanto estou fazendo alguma, pois gosto de me concentrar no que estou fazendo, nao gosto de conversar com pessoas mal-humorada, isso me deixa constrangida.

Musicas: Uhum, meu namorado tem uma banda, então a musica significa muito para mim! Gosto de Varias Bandas...Ex: Fresno, Forfun...rsrsrs

Livros: O Gerente Minuito, muito interessantes... Libras? Que lingua é essa?

Toca algum estrumento? Bom, tenho um violão lindo (rosa), mas no momento ainda não estou tocando.

Nome do Namorado: Junior

Quanto tempo com ele: 1 ano e 10 mêses....=D 15/08/08

Qualidades Juntas?? Eu e meu namorado tem um pensamento muito parecido, Além do que vivemos, somos apaixonados por estudos, pois nossa visão não é só focar em uma area de emprego e sim em outros, aproveitar as oportunidades que a vida dá.

humm.. que saber mais sobre mim? o que gosto?? Deixe seu comentario, pois nesse momento preciso sair para ir a faculdade...

Um Grande Beijo e Amanha eu Volto =D