segunda-feira, 28 de junho de 2010

Deficiências neurológicas que afetam a comunicação

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AFASIA

A afasia, uma das principais deficiências neurológicas que afetam a comunicação, consiste na dificuldade em compor frases, escolher palavras e conectar idéias. O afásico é incapaz de fazer sínteses cerebrais de seus pensamentos. Essa dificuldade, porém, provém de uma lesão no centro cerebral responsável pela linguagem. Distúrbios motores, psicológicos ou de qualquer outro tipo não podem ser considerados afásicos, ainda que comprometam a linguagem. A afasia é uma condição médica que desperta bastante interesse e, por isso, chegou a ser explorada em filmes e em seriados, como House.




Afasia de Broca


Imagem gerada por exame de PET scan

Também conhecida como afasia motora ou não-fluente, a afasia de broca consiste na dificuldade do paciente em falar. Esses afásicos compreendem a linguagem oral e a linguagem escrita, mas, devido à lesão na região lateral inferior do lobo frontal esquerdo, sofrem de anomia (dificuldade em encontrar nomes para se expressar) e agramatismo (supressão dos morfemas gramaticais - preposições, artigos, pronomes). Além disso, esses pacientes tendem a privilegiar o uso de palavras de conteúdo, tais como substantivos, o que aproxima sua fala de uma linguagem "telegráfica", mais simples e direta. Dependendo do grau da afasia, o paciente se torna incompreensível. Entretanto, ele tem consciência de que não consegue se expressar e isso gera bastante frustração.


Afasia de Wernicke

A afasia de Wernicke é também chamada de afasia de compreensão, pois atinge uma região cortical posterior em torno da ponta do sulco lateral de Sylvius do lado esquerdo e faz com que os pacientes não compreendam o que escutam (seja falado por outras pessoas ou por eles mesmos). Sua fala é fluente, mas incoerente, já que o emissor afásico não entende seu próprio discurso.

Um dos sintomas possíveis desse tipo de afasia é a parafasia, ou seja, a substituição de uma palavra por outra. As palavras podem ser do mesmo campo semântico, nesse caso a parafasia é denominada literal (ex.: trocar carro com bicicleta); ou podem ter sonoridade semelhante (ex.: trocar carro por barro).




Afasia de Condução

Esse tipo de afasia, provocado por lesão do feixe arqueado, caracteriza-se pela incapacidade do paciente de repetir frases e de nomear objetos. Na afasia de condução, a fala é fluente (apesar de apresentar parafasias) e o paciente tem consciência de seu déficit, o que pode gerar um comportamento depressivo ou agressivo. Outra característica é a dicotomia entre a repetição defeituosa e a compreensão normal.




Afasia Global

A afasia global é gerada por uma lesão global persistente que envolve as regiões anteriores e posteriores da área de linguagem. Ela pode ocorrer durante a fase aguda de uma grande lesão anterior e possivelmente evolui para uma severa afasia de Broca. O paciente tem a produção e compreensão da fala prejudicadas, assim como a nomeação, escrita, leitura e repetição


Outros distúrbios mentais

Existem também outros distúrbios mentais que podem influenciar na capacidade de comunicação. Mesmo a paralisia cerebral, que afeta uma série de funções do organismo, pode se concentrar, por exemplo, na capacidade de ler e escrever.


Os deveres do Jornalista para com os Deficientes



Sempre houve pessoas com deficiências. O que mudou foi o tratamento em relação ao tema. Como responsável pela abordagem dos temas relacionados à noção de cidadania e sua circulação na sociedade, o jornalismo tem um papel fundamental nesse processo de transformação.

Antes, as pessoas ditas "anormais" eram excluídas da categoria de cidadãos: não tinham participação ativa no mercado de trabalho,sofriam preconceitos na sociedade e inclusive no seio da família por serem consideradas no mínimo "diferentes"; era-lhes negado o direito à palavra como contribuição para o conhecimento e o debate intelectual; e também era-lhes imposto um isolamento dos círculos sociais dos "normais". Ser deficiente era trazer um problema para todos que convivessem com a pessoa.

O paradigma da exclusão, depois de uma longa luta dos deficientes e dos simpatizantes de sua causa, deu lugar ao da inclusão, que tem suas limitações, mas caminha para a eliminação das barreiras do preconceito. A discriminação provém de idéias arraigadas no imaginário coletivo das pessoas, produtor da opinião pública mais tradicional. O jornalismo, como espaço de debate e formação dessa opinião, portanto, tem responsabilidade direta sobre ela e seu preconceito.




Alguns deveres do Jornalista



1- Manter o assunto da necessidade de inclusão constantemente em pauta

É provado que as pautas de maior noticiabilidade na grande mídia são, por extensão, as mais comentadas, discutidas e absorvidas pelos usuários desses serviços. Não é grande a atenção devotada a assuntos de baixa freqüência. Eles tendem a ser tratados com certa leviandade, inclusive. Dar destaque ao assunto da inclusão dos deficientes, desde que com o enquadramento adequado, é um dever do jornalista que busca conscientizar seu público.

Enquadramento adequado, aqui, refere-se ao modo como as notícias são tratadas. Assim, não se deve tratar o deficiente de uma posição inferior aos outros, como o "coitadinho" ou como o herói, trabalhando apenas com extremos. Deve-se relatar o modo como ele supera suas limitações e pode desenvolver-se como qualquer um.


2- Reformular a noção de cidadania, estimulando e preparando os segmentos sociais para o convívio com deficientes

É importante que as reportagens jornalísticas, sempre que possível, incluam o ponto de vista das pessoas deficientes, dando a elas voz nos debates públicos, tratem ou não de sua deficiência. Segundo a jornalista Aline de Oliveira Rios, "a cidadania não se restringe a um efeito de discurso ou a ações filantrópicas, ela está relacionada a um direito legítimo de expressão que, inclusive, garante o acesso aos meios de divulgação competentes". Uma cobertura jornalística de qualidade sobre as questões que envolvem as deficiências deve conferir prioridade máxima à expressão dos próprios sujeitos da notícia.


3- Fiscalizar e incentivar políticas públicas e quaisquer ações sociais que tratem do cumprimento dos direitos das pessoas com deficiência, assim como da sua inclusão na sociedade

As políticas públicas e ações sociais têm a intenção de eliminar ou amenizar as limitações da vida das pessoas com deficiência em relação às outras. Como fiscalizador do papel do Estado, o jornalismo deve cobrar dessa instituição o cumprimento da legislação, que confere aos deficientes o direito à igualdade e participação plena na sociedade, equiparando suas oportunidades de realização profissional e pessoal às de outros cidadãos.

Essas políticas prevêem mudanças nas estruturas da sociedade, como flexibilização do mercado de trabalho, adequações dos ambientes, viabilização de benefícios assistenciais, eliminação de barreiras arquitetônicas, entre outras.

A divulgação de ONGs e projetos privados que dêem atenção a esse processo também são bem-vindas, assim como a reportagem de seu desenvolvimento e capacidade de atender à população.


4- Refletir sobre o conceito de inclusão

Apesar da mudança do paradigma da exclusão, ainda existe necessidade de discutir certas mentalidades a respeito do assunto. Muitas pessoas entendem a necessidade de incluir, no entanto estão presas a uma idéia de que os deficientes precisam estar dentro de um modelo do que é considerado "pronto", isto é, apenas um determinado tipo de excluído poderia suportar ou teria chances em viver uma vida "normal". Essa noção de prontas seria minimamente adaptadas para aprender, trabalhar, se expressar e se locomover mais ou menos bem pelo meio urbano e transportes coletivos. Se não se enquadrassem nesse modelo teriam de se esforçar para atingi-lo.

Ora, esta não é senão outra forma de exclusão: pensar que alguém precisa se esforçar para ser considerado normal e ter seus direitos fornecidos. A inclusão, desta forma, deve ser para todos, de forma que no processo de incluir não se acabe marginalizando outros por omissão. Como bem disse Claudia Werneck: "A inclusão é para todos, pois somos todos diferentes".

Foi lançado um manual em português, espanhol e em versão digital, impressa e em braile com o objetivo de instruir os profissionais da mídia em como lidar melhor com o tema. É o Manual sobre Desenvolvimento Inclusivo para Mídia e Profissionais de Comunicação desenvolvido pela Escola de Gente em parceria com o Banco Mundial, a Petrobras e Save the Children Suécia.

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